"Coisa Mais Linda": Primeira Temporada chega de forma deslumbrante
Finalmente uma ótima produção brasileira original da Netflix, que deixou bem de lado o clima global de suas produções.
"Coisa Mais Linda", série que estreou no último fim de semana, trouxe uma produção muito bem feita e extremamente agradável, nos levando ao fim da década de 50 do Rio de Janeiro, sem deixar de dar bem o seu recado, mostrando como era indigno aquela época com o racismo e o machismo em plena proliferação, enquanto, por outro lado, a beleza em vários aspectos deslumbrava aquele momento.
Apenas sete episódios, bem escritos e produzidos. A série trouxe grande nostalgia ao ambientar muito bem o Rio nos anos 50, contando paralelamente um pouco da história do Brasil, como a mudança da capital para Brasília, entre outros.
A rivalidade e o preconceito entre cariocas e paulistas foi mostrado bem, na pele da protagonista Malú (Maria Casadevall), que saiu de São Paulo e foi para o Rio, em busca de seu marido que acabara de largá-la. Lutando contra tudo e contra todos, Malú realiza seu sonho de construir um restaurante, com boa comida e principalmente, boa música.
A Bossa Nova estava no auge, e na pele dos personagens Chico Carvalho (Leandro Lima) e Lígia Soares (Fernanda Vasconcellos), a série trouxe belíssimos momentos musicais, atrelado à grande lição que trazia nas entrelinhas, que é, lutar e nunca desistir de seus sonhos.
Protagonizada por quatro mulheres, uma 'coisa mais linda' do que a outra, pudemos acompanhar várias fazes das mulheres daquele tempo: desde as que são submissas ao marido quanto as que aceitam o racismo, sem reclamar, pois é praticamente uma cultura daquela época.
A trama evoluiu bem, intercalando momentos pessoais como políticos, além do claro recado mencionado. Para minha surpresa, alguns ganchos importantes foram deixados, e até de forma abrupta. A temporada seguia para um bom encerramento, com poucas pontas soltas, até que os últimos momentos arregalaram os olhos de todos.