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Stranger Things: Primeira Temporada

 
(Com spoilers)


Onde está Will?

Foi o que nos perguntou Stranger Things logo em seus primeiros minutos de vida na Netflix. Aparentemente uma série de investigação de desaparecimento, mas após apenas oito episódios, a série termina sua primeira temporada nos dando doses de terror, mistério e fantasia. 

Séries sobre investigações são sempre instigantes. De cara somos levados tentar descobrir - com as pistas impostas - o paradeiro do desaparecido. Só que em Stranger Things é diferente, pois não é um desaparecimento comum. Do nada uma criança some, praticamente diante nossos olhos, mostrando que algo sobrenatural foi responsável por isso. 

Winona Ryder é a mãe do desaparecido, e, logo no primeiro episódio mostra a que veio. Primeiramente tenho que ressaltar o trabalho impecável da atriz. Viveu uma mãe desesperada, tida como louca por todos e pelo próprio filho mais velho. A busca incessante pelo garoto praticamente findava, mas ela não desistia, jamais, como toda mãe em seu lugar faria. Indícios inacreditáveis apareciam para ela - Joyce Byers - e quando outros começaram a entendê-la melhor, começaram a acreditar que Will realmente poderia ser resgatado, o mistério começou a ser esclarecido.


Uma criatura estranha surgia raptando vitimas, enquanto autoridades tentavam mascarar os acontecimentos. Foi então que surgiu Eleven, criança que trouxe ternura à série. Uma garota, um experimento, uma heroína. Acima de tudo, Eleven é um personagem que somou fofura ao núcleo das crianças na série. Totalmente indefesa, totalmente ignorante a praticamente tudo nesse mundo, porém, portadora de um sentimento de amizade extremamente lindo.

Daí, então, vem um pecado na série. Resolveram inserir um núcleo "amoroso" ao núcleo das crianças. Desnecessariamente, Mike se apaixonou por Eleven, chegando a dar-lhe um beijo no fim da temporada. Totalmente fora de contexto. A relação de amizade de Elven com os garotos, principalmente com Mike, estava muito bonita. As vezes uma amizade é muito mais bonita do que uma relação amorosa ou um namorico, os produtores pecaram em avançar esse sinal. Eles não tem nem idade pra isso e Eleven nem sabe o que é isso.

Esse fato adicionado ao momento em quem decidiram enterrar um corpo estranho no lugar de Will foram duas coisas que me incomodaram muito na temporada. Inadmissível o enterro mostrado na série, mesmo quando evidências apontavam que não era mesmo Will naquele caixão. Um enterro com caixão fechado (!), seu irmão se quer teve coragem de examinar o corpo (!) e sua mãe, mesmo sabendo que não era seu filho no caixão, esteve presente no funeral, recebendo condolências.


Stranger Things é uma excelente série mas não se torna impecável pelos fatos mencionados acima, mas nada disso desabona seu primeiro ano, e, com os cliffhangers deixados, tem tudo pra repetir a qualidade com a próxima temporada.

A série nos leva aos anos 80 e esse clima é muito contagiante. Muitas referências a filmes e séries clássicas são vistas a todo momento, além de músicas e objetos da época. Paralelamente a série te prende, te emociona e instiga. O elenco é muito forte, mesmo o infantil, destaque, claro, para o trabalho impecável da atriz Millie Brown.

Eleven está viva, como ilustrado nos minutos finais da temporada. Will tem sequelas claras de Demogorgon e o universo invertido ainda existe. O delegado Hopper foi inserido mais afundo nesse caso científico da série. Enfim. Souberam contar a história com maestria, tiraram o telespectador da mesmice que assola o mundo das séries e nos deram, sem dúvidas, umas das melhores séries do ano. 

Como disse, reitero, a série não é impecável, mas é uma excelente série. E amigos não mentem um para o outro.


Assista ao fantástico vídeo que ilustra as referência das série a filmes da década de 70/80