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Vikings: "Como uma série medieval deve ser"


"Espero que os nossos Deuses um dia se tornem amigos"

Foi o que disse o personagem principal da série, Ragnar Lodbrok, em certo momento. A frase ilustra muito bem a abordagem religiosa que a série exibe, e esse é apenas um dos fatores que tornam essa série fantástica. 

Porque os Deuses não podem viver em paz? Essa pergunta podemos fazer hoje e mesmo assim não teríamos a resposta, pois mais do que paz, a religião é ponto de rivalidade entre elas, quando todos querem "provar" que estão mais certos do que outros, e, muitas vezes, essa atitude culmina com mortes e guerras, que são vistas na série e que são vistas, também, no nosso dia a dia.  

Vikings é uma série do canal History, um pequeno canal a cabo americano, por isso a série não é aclamada da forma que merece. Qualidade a série tem, falta a ela visibilidade, pois se tivesse em um grande canal (HBO, Showtime, AMC...) fatalmente o reconhecimento à série viria de forma mais rápida. 


Seu enredo aborda a História, e como é bom quando isso acontece. Parecido com que o canal Starz vez com a série Spartacus, o canal History exibe uma série que coloca nas nossas telas um passado sombrio e sanguináreo da humanidade, onde uma civilização de saqueadores assombraram a Europa entre os séculos XI e XII. 

A série começa com eles brigando entre si, por terras, poder, enfim. Quando então somos apresentados a Ragnar Lodbrok, homem que descobriu uma forma de navegação que levou sua civilização a explorar partes da Inglaterra e França. Guerras são vistas a todos instante, mas a série não se restringe a isso e aborda temas que facilmente podemos assimilar com o que vivemos diariamente.

Conflitos familiares são inseridos, brigas por ciúmes, poder, briga por tudo é vista, porém o lado religioso da série é um dos temas mais recorrentes, e provavelmente o mais interessante. A "doença" religiosa é nos mostrada por outro lado, tido lado "Pagão". Os Vikings adoram deuses "reais", como Odin - o Deus dos deuses - e Thor - o Deus do trovão - a divindade de maior popularidade e que tinha poder sobre os céus.

A justificativa divina faz com que aquele povo pudesse fazer barbáries, sacrifícios, tudo em nome de Deus. A justificativa dúbia era vista sempre quando a pessoa não tinha argumentos, e colocava tudo na conta divina, muitas vezes através do personagem Floki - um dos principais personagens da série e foco de toda essa ilustração religiosa. O cristianismo também vem forte nesse núcleo, e também, da mesma forma, faz com que os católicos daquele tempo também fizessem barbáries em nome de Jesus. 

O diferencial de Vikings é que a série não se complica, ela dá ao telespectador o que ele quer, sem enrolação e sem meias medidas. Você se conecta facilmente ao seu enredo, sem monotonia, mesmo com vários núcleos sendo vividos ao mesmo tempo. As cenas de guerra são muito intensas, e são mostradas com detalhes. Tem cenas com 15, 20 minutos de luta, e aquela sensação de morte de algum personagem importante é sempre sentida. Intensidade, conetividade, sangue, sexo, tudo, tudo que uma série com ambientação medieval deve ter.


E como acontece muitas vezes no mundo da séries, somos levados a torcer para os bandidos, pois acompanhamos a história na visão dos Vikings, saqueadores, estupradores, criminosos de marca maior. Da mesma forma que torcemos para Walter White de Breaking Bad ou Dexter Morgan de Dexter, somos levados a torcer para que aqueles criminosos possam sair vencedores das batalhas, que nenhum personagem importante morra, mas isso nem sempre acontece. 

Até o momento a série exibiu três temporadas, e a nova temporada da série estreia no primeiro trimestre de 2016. São apenas 10 episódios por temporadas, com quarenta e poucos minutos. A maratona é muito tranquila e as duas primeiras temporadas estão disponíveis na Netflix. 

Avaliação da série:
*****