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A Primeira Temporada de Daredevil (Demolidor)


Com Spoilers

Como toda série de "Super Heróis" deveria ser.

Não há quem não goste de um bom filme, série ou desenho baseado em "Super Heróis". Eles invadiram nossa infância, invadem o cinema e a TV hoje e sempre. Na TV, que é o nosso caso, testemunhamos decepções, como "Heroes", que teve um início muito bom e caiu; "Agents of S.H.I.E.L.D.", não empolgou-me em momento algum, não consegui terminar e primeira temporada, não pretendo retomar; "No Ordinary Family"... enfim. Mas foi só a Marvel se juntar com a Netflix - sinônimo de qualidade - para que pudéssemos presenciar a junção do útil ao agradável, e os treze episódios de Daredevil, ou Demolidor, como queiram, ilustraram isso muito bem.

Claro que a série mantém uma estrutura conhecida: herói e vilão, com personagens apoiando ambos lados. A série se mostrou competente ao apresentar os personagens, detalhadamente, sem pressa e com relevância. Flashbacks foram inseridos de forma coesa, trazendo conforto para os telespectadores e motivando sempre aquele sentimento de "quero mais".

O ponto alto da trama foi a sua organização: a história foi contada de forma empolgante, cada vez mais, fazendo com que o telespectador ansiasse pelo desfecho da temporada. Nesse ponto, confesso que estava receoso, pois dependendo de como fosse... explico.

Wilson Fisk, o grande vilão da temporada, fez coisas horripilantes, surrou Matt Murdock, o nosso Demolidor, no primeiro "duelo"... enfim. Um excepcional personagem, mas que teria que pagar pelo o que fez, e claro, sem forçação de barra. A história teria que ter um desfecho e um prolongamento causaria insatisfação. Mas como fazer isso e manter o personagem? A resposta está no excepcional season finale da série, onde Fisk ganhou a surra que mereceu e acabou atrás das grades, como a lei (comandada em parte por ele) exige. 

O personagem Fisk fica enjaulado, por enquanto, a série não perde um ótimo personagem e a trama não fica estagnada, como vemos em dezenas de séries procedurais por aí.

E a série não é covarde, não tem medo de eliminar personagens. Várias mortes foram vistas e personagens relevantes foram embora, para a minha surpresa. Wesley e Ben, excepcionais personagens que foram embora, sem dó e nem piedade, em nome de uma boa história. 

Como bem disse a Jaqueline Trevisan no post "Um Mês em Hell's Kitchen", a série, muitas vezes, se torna policial, investigativa, e nem de longe soa como uma série de "Série de Heróis", pois o nosso herói em questão é feito de carne e osso. Fica cego aos 9 anos de idade e acaba tendo os seus outros sentidos aumentados, um dom que recebeu e que foi muito bem modelado por Stick, personagem responsável por ajudar o nosso Demolidor a ser o que ele é. 

Tudo muito bem explicado, enquanto a pancadaria rolava solta. Cenas de lutas impecáveis. A série não usa daquele clichê de um "soquinho" desmaia o adversário. A pancadaria rolava solta e para derrubar um elemento, muito sangue teria que ser jorrado, Óbvio que momentos inacreditáveis ocorreram, claro, nesse ponto temos que relevar e aceitar os "poderes" de nosso herói, ainda mais ele sendo cego, mas esses momentos são tão bem feitos que o sentimento que soa é de admiração pelo oq que ele está fazendo e não de "me engana que eu gosto", se é que você me entende.


Uma série realmente empolgante. Daredevil chega para dar um novo tom para as séries de "Super Heróis". Por ter sido produzida pela Netflix, a grande vantagem, além da qualidade, é que ela não precisa ficar enrolando, a temporada é liberada de uma só vez, sem preocupação com a audiência, fazendo com que a trama não seja afetada. Ao contrário, um exemplo, de "Agents of S.H.I.E.L.D.", série de TV aberta onde a audiência acaba interferindo no processo criativo, pois quanto maior sua audiência, mais enrolação é inserida. 

A Netflix mais uma vez fazendo um trabalho que respeita a história de suas séries, seus personagens e seus telespectadores. 

Que venha a segunda temporada, que venha mais parceria Netflix e Marvel

Avaliação: 
*****